1.1 Abordagem conceitual
A ideia de que “líder já nasce feito” pode ser um fato, mas ele também pode “nascer” com o decorrer da vida. Pode-se até listar vários casos reais de líderes que nasceram com a estrela da liderança, mas eles formam um pequeno percentual em relação ao universo total. A grande massa de líderes vai sendo lapidada dia a dia, lenta e paulatinamente, no decorrer da vida. Assim, é a formação desses condutores que vai capacitá-los para dirigir com eficiência, desde um pequeno grupo a uma nação. Então, a ideia central é: todos nascem para ser líderes. E essa afirmação fortalece-se quando vemos, como exemplo, o Presidente Luís Inácio Lula da Silva, nascido no sertão nordestino, mesmo com pouca instrução tornar-se o líder de uma nação. E também a Presidenta Dilma Rousseff, primeira presidente mulher do Brasil, líder que sonhava ser bailarina...
Ressalte-se que, em termos de assumir tão magnas atribuições, antes de alguém ser líder certamente já foi liderado. Ser liderado é o estágio primeiro para se desenvolver e aprimorar a técnica da liderança. Logo, para se chegar ao nível de um bom líder há que ter tido uma sólida aprendizagem onde uma gama de experiências, valores e conhecimentos foi assimilada plenamente.
Para um candidato a líder, o potencial para aprender hoje tem relação direta com o potencial para ensinar amanhã. Bons alunos surgem de bons mestres. É um processo cíclico. E esse potencial desenvolve-se e se amplia com a dedicação, treinamento, observação acurada, participação ativa e constante estudo e pesquisa. Some-se a isso, claro, uma boa dose de talento. Em verdade, nada vem por acaso na arte de bem liderar, de empreender, de decidir com assertiva; é uma conquista, um aquinhoamento, fruto, óbvio, da intelectualidade e grande parte do árduo trabalho.
Não há que se preocupar com a idade, formação social ou ideologia. Liderança se exerce ainda jovem, em meia-idade ou veterano. E também em qualquer área de atividade, quer seja de uma humilde turma de garis até uma renomada equipe de PHD’s.
Temos outros exemplos de grandes líderes no cenário brasileiro, como o empresário Abílio Diniz (dono da Cia Brasileira de Distribuição, grupo “Pão de Açúcar”) que aos 20 anos idade já era gerente comercial, e aos 23 anos fundou o primeiro supermercado do grupo no Brasil. Na história mundial, temos o norte-americano Martin Luther King (1929-1968), líder negro que, em 1957, aos 28 anos de idade, fez eclodir seu incrível talento para liderança contra as leis de segregação. Cite-se, ainda, o tibetano Dalai Lama (Tenzin Gyatso, 1935), religioso Budista, reconhecido como líder em 1950, aos 15 anos de idade.
Ser líder corporativo, além de outras tantas qualificações, é ter a habilidade para liderar pessoas, uni-las num propósito e levá-las ao convencimento. E aí é fundamental falar com educação, firme, com conteúdo nas palavras, afinal pregador que não sabe rezar ofende os santos. E mais que isso. É ser inovador, olhar a “missão” da empresa, ter visão a longo prazo, olhar futurista, buscar alternativas e idealizar projetos. É também, se preciso for, mudar o rumo da empresa ou buscar novos caminhos para ela, sempre de forma eficaz. E sob o lado humano, preparar os liderados para se destacarem, compreender seus reclamos, interpor-se, resolver os problemas deles e da corporação de forma que os interesses não colidam. E, ao final, além de ter em mãos pessoas num time coeso e harmonioso, apresentar um resultado chamado “lucro, produtividade”.
1.1.1 Evolução do conceito “Líder¹”
1.1.1.1 Teoria do “Grande Homem”
“No século XIX, os estudos sobre liderança defendiam que essa era uma qualidade natural e que jamais poderia ser aprendida. Tal linha de pensamento ficou conhecida como a “Teoria do Grande Homem” e citava os reis e príncipes como exemplos de lideres natos. O dom da liderança, segundo essa visão, era transmitido de geração a geração, por laços de sangue, sendo comum em famílias aristocratas. Assim, indivíduos com talento para liderar raramente seriam encontradas nas camadas baixas da sociedade.”
1.1.1.2 Teoria dos “Traços de Personalidade”
“Mais tarde, psicólogos partiram para outra abordagem da liderança. Dedicaram-se a analisar o perfil dos grandes líderes a fim de encontrar características comuns entre eles. Essas pesquisas deram origem às teorias dos “Traços de Personalidade”, que se empenhavam em listar as características que podem levar alguém a ocupar um posto de comando. Entre as principais, estão tolerância ao estresse, autoconfiança, bem relacionamento interpessoal e capacidade de aprendizado.
Com o tempo, a crença de que só existem líderes natos ficou para trás. Ganhou, então, espaço a ideia de que é possível, sim, forjar um líder. Para isso, bastaria observar as atitudes de quem sabe liderar e aprender com elas.”
¹Teorias extraídas da Revista “Administradores”, Ano I No. 1, Janeiro/2011, pg 32.
Inácio Dantas
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