ENSAIO
SOBRE A
ORIGEM
DO CRESCIMENTO / REDUÇÃO DO ATIVO TOTAL
(Numa análise Horizontal)
(Desenvolvido
por Inácio Dantas)
Uma das expectativas de quem analisa um Balanço Patrimonial, pelo método
“análise horizontal”, é ter um número-índice de crescimento ou redução do Ativo
Total, tendo em vista que nesse grupo estão as riquezas de uma empresa (Bens e
Direitos).
Pelos métodos tradicionais de análise, onde tem-se, por exemplo, um
índice de um ano pelo ano anterior (ou anteriores), é um número tal que não
expressa a exata “origem” desse crescimento/redução do Ativo Total. Por
exemplo. A empresa X, nos seus balanços de 20x2 e 20x1, apresentou um
crescimento do Ativo Total de 8%. A pergunta persiste: qual a “origem” desses 8%
de crescimento?
Assim, o presente trabalho vem jogar luz nessa questão, dando ao
analisador de balanços a referida informação da “origem” das riquezas (ou
reduções) de um Ativo Total em relação ao ano anterior.
Vamos a um exemplo real, um balanço em “massa” da empresa COSAN. para
esclarecer:
Quadro 1
Obs.
a) AH% Percentual de Análise Horizontal, Ano 2012 Ano 2011
b) Crescimento do Ativo Total MR$ 11.932,1 (MR$ 34.871,2 –
MR$ 22.939,1), correspondente a 52,02%.
Quadro 1-A
Resumo do Balanço em “Massas” – Cosan -
Passivo
1.ÍNDICE DE ORIGEM
PARTICIPATIVA - IOP
Abaixo, no Quadro 2, temos as “fontes ou origens”, em valores R$ e em
percentuais (%). Desta forma é possível identificar claramente de onde proveio
o acréscimo nas “aplicações” (Ativo Total) de 2012 em relação a 2011, no
Balanço do Quadro 1. Ou seja. O crescimento
do Ativo Total R$ 11.932,0, correspondente
a 52,02%:
Quadro 2
Para encontrar, por ex., o IOP%
do Circulante: MR$ 2.057,9 11.932,0 x 100
= 17,25%, e assim por diante.
Conclusão: O aumento de MR$ 11.932,0
do Ativo Total provém: MR$ 2.057,9 do Passivo Circulante, MR$ 5.902,7 do
Não Circulante e MR$ 3.971,4 do Patrimônio Líquido.
2.IOC – ÍNDICE DE ORIGEM
CONTRIBUTIVA
Sabendo o IOP, e que o crescimento do Ativo de 2012 sobre 2011 do
Balanço em análise foi de 52,02%, agora é possível “fatiar” os 52,02% e
conhecer quanto cada “origem” (Passivo Total) contribuiu para compor esse
índice. Esse “fatiamento” é o IOC.
Saber o IOC é importante porque até então tínhamos uma análise
horizontal com um número “seco”, ou seja, o Ativo Total cresceu 52,02%., ótimo,
excelente índice. Mas, como ele está composto? Quem colaborou e em quanto para
formá-lo?
No Quadro 3 abaixo tem-se o
cálculo de cada “fatia” dos 52,02%.
Conclusão: O
crescimento do Ativo Total de 52,02% tem como contribuição (origem): 8,97% do
Passivo Circulante, 25,74% do Passivo Não Circulante e 17,31% do Patrimônio
Líquido.
3.DIFERENÇA ENTRE O IOP E O
IOC
O IOP mede valores em Reais (R$), quanto do crescimento (ou redução) do
Ativo Total e de que forma os valores monetários do Passivo participam.
O IOC desmembra (“fatia”) o índice percentual obtido na Análise
Horizontal, dando as participações contributivas (%) dos grupos do Passivo ao
Ativo Total, conforme demonstrado no item 2.
4.ESTUDO AMPLIADO PARA AS
CONTAS ANALÍTICAS DO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO.
4.1.IOC POR CONTA CONTÁBIL
Conforme o Balanço Patrimonial da Cosan, abaixo, podemos completar os
estudos das “origens”, encontrando “conta a conta”, o quantum em R$ (Reais) e o
quantum percentual elas contribuíram para o crescimento do Ativo Total, de
52,02¨
Observe-se a Coluna IOC %. Aqui está o “fatiamento” do crescimento do
Ativo Total da COSAN, que foi de 52,02. Para encontrarmos, por exemplo, o
percentual de 0,43% de Obrigações Sociais e Trabalhistas, faz-se as seguintes
operações:
a) IOP R$ 98,9 ÷ R$
11.932,0 = Variaç% = 0,83%
b) Variaç% 0,83 x 52,02% = IOC % = 0,43%
isso quer dizer que, dos 52,02% de crescimento do Ativo Total, houve uma
contribuição de 0,43% da conta “Obrigações Sociais e Trabalhistas”. E assim
sucessivamente para encontrar as contribuições (IOC) das demais contas.
Observe-se, também como mais importantes, que o crescimento do Ativo
Total foi sustentado, basicamente, pelas contas “Empréstimos e Financiamentos”
de curto-prazo, com 4,66%, “Empréstimos e Financiamentos” de longo-prazo com
23,70%, e “Participação dos Acionistas Não Controladores” com 15,58%. Somente
essas três contas totalizam 43,94% das “origens” do crescimento do Ativo. Em
suma, mais da metade do crescimento deveu-se a endividamentos (28,36%).
São Paulo, 04 de abril de 2013.
Inácio Dantas
Estudo registrado na plataforma
Lattes do autor.
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