Nas atribuições diárias do líder ou
gestor, é comum acumularem-se afazeres - agenda, reuniões, imprevistos de
última hora, etc. Nesse corre-corre, às vezes se esquece de refletir sobre como
bem tratar os liderados. E ao se dirigir a eles, imperceptivelmente, acaba por se
expressar mal, dizendo o que não deveria dizer, perdendo a fleuma e revelando
ser quem não é.
Inspirar fundo e refletir nos momentos
agudos é necessário. Palavras, ou atitudes “não simpáticas”, devem estar
revestidas de um caráter profissional para não melindrar relações. Algumas
considerações a observar:
I-Não manter na equipe funcionário
mau-caráter, indisciplinado ou desagregador. Como diz o adágio, uma “laranja
podre contamina a caixa inteira”.
II-Jamais ofender um
funcionário em público. Pode-se demonstrar autoridade, mas perde-se o respeito
do ofendido e tem o gesto repudiado pelos demais.
III-Evitar envolvimento
passional com algum funcionário da equipe. Além dos aspectos legais (CLT) haverá
alguém que pode se sentir privilegiado e criar embaraços.
IV-Evitar proteger ou dar
regalias a um funcionário ineficiente. A empresa perde com a improdutividade
deste e desincentiva os que produzem.
V-Não privilegiar um
funcionário em detrimento a outro. Há que tratá-los igualmente. Eles percebem
essa distinção no trato, a qual pode influenciar no ritmo e na qualidade do
trabalho.
VI-Evitar manter na equipe pessoas
despreparadas ou incultas. Para obter-se grandes trabalhos deve-se acercar de
grandes inteligências.
VII-Treinar os membros da equipe. É primordial uni-los promovendo cursos
e palestras afim de mantê-los “nos trinques”, atualizados com a tecnologia moderna.
Uma equipe unida e bem treinada será uma equipe vencedora.
VIII-Jamais punir um funcionário acusado por uma irregularidade, fruto
de um boato, ilação ou suposição. Antes, há que se analisar criteriosamente o
fato para decidir com justeza e correção.
IX-Evitar comentários
depreciativos de um funcionário para outro. Breve, todo o setor estará sabendo.
A “rádio-peão” é ágil e infalível...
X-Jamais ter a presunção de que é
o maior, o melhor, o infalível. O presunçoso que se julga invencível acaba derrotado
pela própria presunção.
XI-Evitar demitir um profissional que aparentemente não se adaptou na
função. Deve-se dar uma segunda chance. Talvez transferi-lo de função, horário,
setor... Há casos de um jogador que é um péssimo goleiro, mas é um excelente
centro-avante.
XII-Exercer o comando como deve ser um líder: calmo,
sereno, tranquilo. Não o fazer sob o império do medo, pressão ou ameaças. Não
menosprezar ou ofender moralmente um funcionário. Ao valorizá-lo ele será leal;
ao enaltecê-lo será um aliado.
XIII-Ao determinar um trabalho para um
profissional hábil, não aceitar o serviço pronto tipo “mais ou menos”, ou
“quebra-galho”... Deve-se exigir qualidade, de ótimo para cima.
XIV-Ter sensibilidade no trato com
funcionários de minorias étnicas, homofóbicas, diferenças de religião, etc. Evitar
brincadeiras irônicas ou desprezá-los. Deve-se tratá-los de igual para igual
como pessoa e profissionalmente, respeitando suas opções e desigualdades.
XV-Escolher um sub-líder na equipe, alguém
responsável, capaz, de plena confiança, um “alter-ego”. Prepará-lo para que ele
possa substituir o titular numa eventual ausência, ou mesmo para ser também um
futuro líder.
XVI-Não misturar negócios e amizade dentro da
empresa no horário de trabalho. O lado profissional deve sempre se sobrepor ao
particular. Não dissociar esse fato pode fazer o líder perder a voz da
liderança.
XVII-Ser firme no comando e fazer ver essa
firmeza. Ao demonstrar fraqueza os outros se fortalecem e detêm o controle da
situação.
XVIII-Se o líder é bacharel ou doutor, diante dos mais simples há que
despir a toga da superioridade e nivelar-se a eles quando o momento assim
exigir. É imperioso tê-los lado a lado e não dispersos, rivalizando ideias e
contestando ordens.
XIX-Assim como o líder repreende um
subalterno, de repente pode ser repreendido por um superior. É imperioso manter,
sempre, a calma e o equilíbrio.
XX-Um líder não deve entrar em sua sala ou setor e refestelar-se em sua
cadeira vendo o “tempo passar”, deixando suas atribuições para outro. Líder é autoridade
e a liderança é vital. A inércia nada produz e pode prejudicar o que for
produzido.
Inácio Dantas
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