sexta-feira, 9 de março de 2012

“Ecologicamente correto” - a nova “onda” mundial.



     Os dois maiores trunfos de um negócio são a boa qualidade e o preço baixo. Não importa muito onde você está estabelecido. Tendo esses dois diferenciais os negócios alavancam. Há uma lei econômica que diz que ‘a oferta cria a sua própria procura’. (Lei de Say)

     A “oferta cria a sua própria procura”, preconiza a Lei de Say (Jean Baptiste Say - 1767-1832). Sob uma ótica moderna, com produtos de alta tecnologia, podemos teorizar que é “a demanda que cria a oferta”. Mas, seja como for, quando a oferta de bens e produtos tem, intrínsecos, matérias-primas e produtos “ecologicamente corretos”, a procura se expande em proporções universais.
     Os tempos são outros. A revolução industrial e tecnologia agora é a “revolução do verde”. O pulmão do planeta exige ar puro, e o estômago alimentos naturais. Eis aí a senha para o empresariado construir uma nova cadeia de bens, alimentos e serviços, afim de saciar esse apetite mundial.
     Hoje o planeta já não dá conta de produzir tudo que a humanidade necessita. Além dessa necessidade, há a voracidade. Por isso, a grande discussão nos fóruns das nações diz respeito ao aquecimento global, o “efeito estufa”, gerado pela queima de combustíveis fósseis e outros emissores de monóxido e dióxido de carbono, grandes redutores da fertilidade da terra e do mar.
     No bojo dessa discussão planetária, líderes das empresas nacionais devem abrir um olhar amplo para os novos e lucrativos negócios que vêm na esteira dessa neo-economia. Cite-se como exemplos o “crédito-carbono” negociado na bolsa de Boston (EUA), e as novas formas de produzir e consumir, tendo em vista as políticas ecológicas, o “pulmão verde”, as fontes de energia renováveis e não poluidoras. Os próximos passos da caminhada humana terão seu rumo determinado pela economia limpa. E ninguém chegará a um lugar saudável e de destaque se desprezar a realidade ambiental.
     Os líderes que se arvorarem nesse novo filão, e largarem na frente, ocuparão um espaço de destaque na economia brasileira e mundial. Alguns exemplos desses produtos podem ser citados, como:

  • Negociação do crédito-carbono. Um crédito carbono, equivalente a uma tonelada de Co2, vale algo em torno de US$ 16,50. Hoje a China detém 84% desse mercado; o Brasil irrisórios 3%.
  • Sacolas plásticas biodegradáveis, madeira de plástico reciclável; plástico de cana-de-açúcar, tábuas de madeira a partir da serragem, etc;
  • reciclagem do lixo, transformação de pneus velhos em massa asfáltica, reaproveitamento do concreto de prédios implodidos;
  • reciclagem de 100% das caixinhas de longa-vida (Tetra-Pak), transformadas em telhas para a construção civil;
  • cobertores fabricados com fibras de garrafas PET;
  • carros elétricos;
  • substituição de lâmpadas incandescentes e fluorescentes pelas lâmpadas a LED (diodo emissor de luz);
  • energias limpas e renováveis, como hidroelétrica, solar, eólica e das marés, álcool e bio-combustíveis, etc;
  • a “logística reversa”, onde os produtos industriais retornam, após exauridos, dos consumidores para o fabricante para reciclagem (TVs, geladeiras, computadores, celulares, etc)
     Os produtos que forem lançados no mercado com o “selo verde”, inequivocamente terão uma demanda multiplicada por muitos dígitos. A conscientização dos consumidores, somada ao apoio dos governos e da mídia, se encarregará de ser o garoto-propaganda desses produtos. Logo, líderes que usarem a criatividade para aproveitar esse nicho de mercado terão, sem dúvida, seus investimentos com retorno garantido.
     O mundo agoniza. A revolução “verde” está em curso. Os produtos com o selo da sustentabilidade têm uma fatia da propensão marginal a consumir absurdamente ampliada. Com isso recicla-se a velha teoria de Say: agora é a “procura que cria a sua própria oferta”!

     Inácio Dantas
     Visite: http://i-livros.blogspot.com 

     Temas complementares (“Giro de Estoque”):

Nenhum comentário:

Postar um comentário